sábado, 3 de agosto de 2019

GÊNIO INDOMÁVEL #sessãopsi


        

       Gênio Indomável conta a história de um jovem rebelde que está sempre se envolvendo em confusões, possui várias passagens pela polícia e trabalha como faxineiro em uma universidade de Boston.

       Will revela-se um gênio ao resolver um teorema proposto pelo professor Lambeau a seus alunos, despertando o interesse do professor em conhecê-lo.

        O professor Lambeau assiste a uma audiência em que Will é condenado a prisão por agressão sem motivo. Impressionado com a inteligência do rapaz, o professor faz um acordo com a justiça se responsabilizando por Will. Ao invés da prisão Will terá aulas de matemática com Lambeau e fará terapia uma vez por semana.

        Will passa por vários terapeutas e acaba dispensado por todos, pois não leva a terapia a sério. Até que conhece e se identifica com Sean.

       Quero falar sobre alguns pontos que acho interessante no filme, claro que relacionando com a psicologia.

1. A importância da relação terapêutica entre paciente e terapeuta.
Em uma de suas aulas Will fala sobre a importância da afinidade terapêutica, ou seja, o paciente precisa confiar e se sentir a vontade diante do psicólogo para poder abrir o “livro” de sua vida.

No entanto, pode acontecer da pessoa não se identificar com o psicólogo. E isso não quer dizer que terapia não funciona ou que será assim com todos.

A pessoa do psicólogo importa muito. Isso não quer dizer que a escolha deve se pautar nas afinidades e pontos em comum com o seu terapeuta. Não! Ele não precisa ter vivido as mesmas coisas que você para te ajudar, já que o trabalho do psicólogo é pautado por teorias e técnicas psicológicas que funcionam como fio condutor para o seu trabalho.

O paciente precisa se sentir à vontade, acolhido e seguro para se mostrar, porém essa relação de confiança é construída aos poucos.

Psicoterapia não é algo fácil, há muitas resistências a serem ultrapassadas. Já é difícil para quem procura ajuda por iniciativa própria imagina para quem a terapia é algo imposto, como no caso do Will.

2. No encontro terapêutico duas vidas são transformadas.
O terapeuta antes de profissional é uma pessoa. Sean como todo ser humano também têm os seus medos, as suas dores, as suas dificuldades e as suas saudades.

Não é somente o paciente que é beneficiado na terapia. O psicólogo é modificado por cada história que adentra o seu consultório. O psicólogo aprende, sente, reflete e se transforma.
Sean após o falecimento da sua esposa por câncer achava que não havia mais nada para ele, priva-se de viver além do trabalho. E no final do filme quando Will é transformado Sean também é. Ele decide sair de férias e viajar para vários países e talvez escrever um livro.

3. Não somos determinados pelo o que de ruim nos aconteceu.
A história de vida de cada um é de extrema importância e somos influenciados tanto pelas coisas boas quanto pelas ruins que nos aconteceram.

Porém, cabe a nós nos fazermos de vítima ou fazer algo de bom com aquilo de ruim que nos fizeram.

Will costuma afastar as pessoas significativas de sua vida, como uma forma de defesa para evitar o rompimento de vínculo e posterior sofrimento. Fato que ele viveu constantemente nos diversos lares que morou.

É possível também notar que Will tem uma postura desafiadora, arrogante e debochada, formas que parece encontrar para proteger o menino assustado e com medo que há dentro dele.

Aos poucos vamos vendo que o Will tem insights e começa a refletir sobre a sua vida. Como quando seu melhor amigo fala que o seu maior sonho é chegar na casa de Will e ele ter ido embora sem avisar ninguém e vemos o momento em que Will tira a sua “casca dura” e mostra as suas fragilidades, no momento em que seu terapeuta fala que não é culpa dele tudo de ruim que lhe aconteceu.

Nesse momento podemos perceber que Will começa a se apropriar da sua vida de maneira mais consciente e deixa de ser determinado pelo seu passado.

     Gênio indomável nos faz refletir que nunca é tarde para recomeçar, para se transformar, para rever a vida e seguir por outros caminhos. Também mostra o quanto é importante uma rede de apoio, com amigos e pessoas que se importam com a gente. E que às vezes é difícil sozinho, então não hesite em procurar ajuda de amigos, familiares ou de profissionais da saúde, como o psicólogo.